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Carnaval de Rua ArtePlural Galeria
Recife 2013 Foto Felipe Ferreira
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Carnaval de Rua Recife 2013

ArtePlural Galeria 2013 Recife

O SONHO DA FOLIA

Para ser folião, no tempo do reinado de Momo, o palco ideal é a rua, o beco, a esquina, ou aquela praça com a luz do dia a dia. É preciso ter um sentimento muito particular que está no sonho de cada um.  

Para ser folião é preciso encontrar a habilidade de falar com o corpo, e nele depositar cor, forma, volume, movimento; e, em especial, ter uma alegria poética, sensual e sexual; e também cômica e dramática. Isso é a  fantasia. E a invasão do personagem na pessoa.  

O personagem impera nos nossos sentidos. Ele promove um texto, uma ação, e fala tudo aquilo que vai além da palavra. 

O corpo fala de forma própria, criativa e dominante, sobre esse destino traçado por Momo, um rei que exige total fidelidade do folião. Pois cada um terá o seu papel na festa.

Para ser folião é preciso estar na rua para ser apreciado ou para ser engolido pela massa humana que está faminta pela liberdade da festa.

Para se estar no reinado de Momo é preciso um rosto suado, um “passo” bem dado, um abraço apertado.

Do coração para a boca, do gesto para o sorriso.  No tocar, no roçar, no beijar. Nessa busca pelo “sonho sonhado”, Momo comanda seus fiéis súditos.  Foliões encharcados do espírito carnavalesco: “danado de bom”;  “bixiga-lixa”;  “virado no cão”.  E, é isso que dá alegria e  emoção ao verdadeiro folião.

Para ser folião é preciso se lambuzar, se juntar, entrar no “rugi-rugi” para sonhar e também trazer o sonho para o outro, provocar no outro esta “brincadeira”.

 É uma energia que contagia, emana e irmana, para fazer o homem virar mulher e a mulher virar homem;  o homem virar de bicho e o bicho virar homem. É o homem que vira urso. Faz o boi dançar. Faz a “sombrinha” se equilibrar de tudo que é jeito, no melhor gesto, no melhor “passo”, numa deliciosa “munganga”. É o teatro coletivo de rua. É o Carnaval de Momo. 

Não tenha medo da “folia”, pois isso é coisa de “menino amarelo”. Deixe a purpurina colar no suor do rosto. Faça de um pedaço de papelão  a sua melhor fantasia. 

Seja tantos, muitos, na multidão.

Pois, para ser folião, sonhar é preciso.

Viver o carnaval de rua também é preciso.

Evoé, para  o  Carnaval de verdade do Recife!

Raul  Lody

Antropólogo e folião

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